segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Hosekeeper`s Life

[AQUI HAVERIA UMA FOTO, MAS COMO O PC TA MAIS LENTO QUE EU VAI SEM FOTO MESMO]


`Eu nao acredito que estou aqui! Nao acredito..`
Eu pensava duas vezes isso, enquanto eu atravessava a pista de esqui, atolada na neve, com pouca roupa no frio (eu que vivo encasacada sai de casa desprevinida naquele dia..)
Eu pensava deslumbrada, na primeira temporada na neve, quase no topo da montanha, cheia de pinheiros com porcoes brancas (e que nao eram cafonas isopores ou algodoes de arvores articiais de natal) o povo esquiando a minha volta quase com a perfeicao de um ballet bem executado..`Que lindo, nao acredito que estou aqui!`

E a segunda era:`Nao acredito! Eu que vim pra esse pais pra trabalhar como hostess, soh sorrindo e sendo a cara bonitinnha do restaurante, laaaah no Sunshine State, Florida, estou aqui atolada na neve de Utah, atravessando uma pista de esqui pra cortar caminho do hotel para o escritorio de recursos humanos, quase sendo atropelada pelos esquiadores, com os meus pes molhados, em processo de congelamento..tudo isso pra ser housekeeper, limpar 15 quartos por dia a 8,50 dolares por hora! Logo eu que as vezes levava um dia inteiro e nao limpava o meu quarto!


No primeiro dia de trabalho subi o elevador, crente que era uma hospede, soh me dei conta da minha funcao quando tive que empurrar um carrinho cheio de toalhas, produtos de limpeza, vassoura e aparatos que usamos pra limpar o quarto. Na realidade sao dois carrinho - tem mais um pra botar a roupa suja- mas naquele dia eu ainda estava soh de ajudante. Parei pra refletir como eu via uma camareira quando ia a um hotel. Percebi que quase nunca via. Pra uma pessoa narcisista como eu, a sensacao de nuca ser vista pode ser pavorosa. Ai me lembrei das ferias passadas quando la em Fortaleza (aaai que era quente e tinha sol!) desconfiamos da coitada da camareira quando sumiram umas coisas do quarto..ehh, melhor nao ser vista mesmo.

Nos tres primeiros dias ficamos ( minha irma e Thais que mora com a gente tambem estao trabalhando la)apenas ajudando outros camareiros mais experientes pra aprender o servico..como se eu nao soubesse arrumar camas e limpar banheiros..eh nao sabia mesmo, nao 15.
A minha mestra do primeiro dia foi Lorenza, uma senhora mexicana com seus 40 anos, mas cara de 50 ou mais.. Eu disse a ela que tinha medo de nao dar conta do recado, porque sou meio lenta..Ela me disse que eu devia ter paciencia e aprender aos poucos e que nao temer a ninguem alem de `Dios, nuestro padresito` achei tao inocentes e ao mesmo tempo sabias as palavras dela.
Depois do almoco ela me disse que nao importa o trabalho que fizermos, se fizermos com amor sera bem feito..Achei poetico..mas quando ela estava repetindo isso para a supervisora (a pessoa que passa nos quartos conferindo se o trabalho esta bem feito), bem nessa hora eu ja estava possessa de ter que limpar uma banheira cheia de pentelhos de um americano que nunca vi na vida e ainda sem luvas, porque ela nao usa pra ir mais rapido (mas eu queria usar..uiii que nojo! e ela esquceu de pegar pra mim) Ai ela dizia, `hay que hacer el trabajo con amor` eu abro a privada e vejo outro vestigio do americano infeliz, gotas amarelas no acento..Amor? soh se for ao dinheiro que vou ganhar..

Os dias foram se passando e quando comecei a trabalhar sozinha nao dava conta da minha lista, ateh hoje nao dou, acabam me mandando ajuda no fim dia, mandam as pessoas que ja terminaram, mesmo as que pegam quartos muito mais dificeis que os meus. Minhas maos foram secando e chegaram a se cortar de trocar roupa de cama (da uma raiva quando o lencol de elastico eh menor que o colchao..grrrr) e mexer com os produtos de limpeza e o clima aqui eh muito seco, estamos no deserto literalmente.
Eu soh pensava no que a mamae disse no telefone ` Voce nao precisa se submeter a isso, pode voltar pra casa quando quiser.` Mas depois a gente tambem brigou e ai eh que eu nao vou voltar mesmo, nao sou uma filhinha da mamae que volta correndo pra casa, nao mais..espero..E eu que nao ia deixar de ganhar uma graninha, depois que esses Estados Unidos consumiu toda a minha.



E aquela rotina: acordar seis da manha, sair no frio, muitas vezes nevando, pensar na vidinha de Floripa: acordar, calcar um chinelo, andar 10 minutinhos ate a UFSC, sentar onde seja mais facil se encostar na parede, ver a Talita chegar mais atrasada que eu, com cara de sono, mas sorrindo, tirar um cochilo na aula, dizer uma frase inteligente e sorrir pro professor, ligar pra Ursula que tem celular com toque de sapinho e nunca ta no silencioso, ouvir perguntas indiscretas do Fabio, especular a vida de toda a turma em voz baixa, ser convidados a compartilhar com a turma, mandar mensagem pro Junior pra dizer `oi, eu te amo` e essas coisas..perguntar pra Fabi o que ta acontecendo, se espreguicar e voltar pra casa..

Ehhhhh, agora eh so sonhar com essa vidinha de Floripa dormindo no onibus como uma tipica operaria de Joinville a caminho do canion gelado, e na subida o ouvido tranca..tuuuuuuuu..ta alto, to quase chegando no ceu , ou no meu inferno diario..
Pegar minha lista de quartos, preparar os carrinhos com toalhas, aspirador, esponja..que que eu to esquecendo hoje?? Pegar a chave, enfrentar a fila no elevador de servico..tentar fazer pelo menos cinco quartos, pra descer, almocar um congelado de um dolar em meia hora, ou menos porque sempre no atrasada, voltar, arrumar mais quartos, se perder em quantos arrumou..
Mas tem a parte cultural: sempre leio as contracapas dos livros que os americanos tao lendo, quase todos tao na lista do New York Times, nao sei se todos os livros vao pra essa lista ou se aqui eles soh leem os livros que estao la. Sem contar os jornais do dia anterior que pego no lixo, eh bom quando um cliente vai embora e deixa o jornal fresquinho do dia, sem nem ter aberto, ai eu volto no onibus me deliciando, ateh pegar no sono claro!
ahhh e praticar muito o idioma! Quando voltar pro Brasil, darei aula de lingua estrangeira, qual?? Spanish, claro! Todos os funcionarios do housekeeping sao mexicanos, vim pros EUA pra praticar o espanhol..mereco! E eles me acham uma genia falando ingles com os hospedes..meu pobre ingles-tupi! Eh incrivel muitos moram ha 10, quase 20 anos aqui, e mal entendem ingles, muito menos falam.


Nunca me imaginei nessa vida, nem voces podem imaginar..Quer dizer, quem conhece o meu desatre imagina uma parte: as topadas nas camas, quando vou abrir as janelas os cabinhos de puxa-las batem na minha cara, o cabo que segura a capa do banheiro caindo na minha cabeca, eu penso que vou abrir a torneira da banheira, abro a do chuveiro e cai agua na minha cabeca..Como dizem meu amigos: Joanear, o verbo que descreve o desastre em pessoa.
E as minhas caras e ruidos de nojo..ecaaaaaa, grrrrr,uiiiiiiiii, aiiiinnnn, maaaaeeeeeeee quando encontro aquele banheiro cheiroso e `decorado`! Fiz as contas: ateh ir embora terei limpado uma media de 300 banheiros e arrumado cerca de 500 camas!
Bem feito pra mim sempre tao nojentinha, fresquinha..coitada..ta ali na faxina agora Joana, quem mandou querer ser filhinha de papai sem dinheiro, vem pros EUA, mas vem limpar banheiro..hahahha Eu mesma dou risada da minha cara.

Eh bom pra aprender a dar valor..essa vida de Maria do Bairro nao eh facil, mas assim como nas novelas mexicanas vou dar a volta por cima, pegar um aviao, voar pra bem longe e encontrar meu principe. Como toda tipica mocinha coitadinha, passo dia aqui desmoronada, pensando na hora do desembarque..Brasil, mamae, papai e ele! Vai ser perfeito..

As vezes eu quase piro parece que minha vida eh soh essa rotina, dureza vida bandida..parece que tudo que vivi antes foi ilusao e que nunca mais vou sair dessa geleira..Mas como diz a musica: ` Vou partir a geleira azul da solidao`

E sao soh mais 10 dias de trabalho na Snowbird..ah tambem tem um restaurante onde faco uns extras uns poucos dias da semana, mas la eh soh alegria, comer hot dog, fritas e muuuita coca de graca.

Pro Brasil faltam 22 dias..vamos para a reta final, quem sabe ateh la eu faca posts mais constantes e mais curtos..Torcam pra eu comprar um lap top..aiii minha muambas..pensando assim ateh que as privadas vao valer a pena!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Now..UTAH!


Como as coisas nao deram muito certo pela Florida, muitos brasileiros pra trabalhar, poucos turistas, pouco movimento e nada do nosso emprego.
Entao a STB (agencia de viagens) providenciou as nossa passagens para Utah, onde temos amigos e pra onde teriamos vindo se fosse pra vir procurar emprego. Teria muito mais a escrever da Forida, mas ha que se ter prioridade de pautas entao..quem sabe um dia as materias de gaveta aparecam..mas agora passemos ao factual..

No dia 09 de janeiro, quarta feira, viemos, minha irma e eu para Salt Lake City, capital de Utah. Salt Lake fica a sede da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias (conhecida como mormon- http://www.lds.org/ ), da qual fazemos parte desde de crianca. Pra quem eh mormon soh o fato de conhecer esse lugar eh bastante significativo, mas chegar aqui nas circunstancias em que chegamos foi mais marcante ainda.

Sete horas antes de pegarmos o voo da Florida pra ca, descobrimos que nao havia mais lugar na casa onde ficariamos ao chegar, entao minha amiga Gerusa que tambem trabalha na STB e estava aqui em Utah, arranjou pra gente ficar em uma casa em que estavam outras duas amigas de Floripa, a Micheli e a Thais. Eh a casa de uma casal de senhores, irmaos da Igreja, Odimilson e Eliane. A casa nao eh mto grande, mas daria pra ficarmos uns 2 dias ateh arranjarmos um lugar. Eles nem nos conheciam e estavam viajando, mas nos deixaram ficar.

As coisa foram se encaminhando de um jeito surpreendente desde que resolvemos sair da Florida. Sorte, pra quem nao acredita, e, pra nos, as bencaos de Deus, pois so temos andado por aqui na fe, pq se fosse pelo dinheiro e as coisas darem certo, ja teriamos voltado ha muito tempo pro Brasil. Eu estava mais apreensiva pra viajar dentro dos Estados Unidos, que do Brasil pra ca..No aeroporto de Fort ainda caimos nas gracas de um atendente da empresa Jet Blue, que falava espanhol e portugues e trilinguemente ele nos deixou abrir as malas e trocar os pesos pra nao pagar o excesso. No aeroporto de Nova York nao conseguiamos entrar em contato com nossa amiga que ia nos buscar no aeroporto em Utah, mas encontramos um brasileiro chamado Kisney (bem nome de brasileiro que vem fazer a vida nos EUA- ele tem uma empresa em Massachussets) que ja tava com carro alugado e gps pra quando chegasse em Utah e se ofereceu pra nos levar `a casa em que iamos ficar e nao faziamos ideia de como chegar, so tinhamos o endereco.

Quando chegamos, logo que as gurias nos recebeberam, soubemos que a Thais estava sem emprego ha dois dias e desesperada, pronto, pensamos que as coisas iam ser iguais ou piores que na Florida.


Desde de a sexta saimos pra procurar em um estacao de esqui. O irmao Odimilson nos emprestou um furgao, cheio de coisas do trabalho dele de pintor atras, entao so nos restava nos espremer na frente..A Thais dirigindo na cara e na coragem, nas freeways e na neve..chegamos a comecar a subir um canion sem querer..meio perdidas, so viamos placas avisando do perigo de avalanche e de alces cruzarem a estrada na nossa frente..
No domingo, minha mae nos deu o prazo ate sexta pra achar um trabalho ou voltar para o Brasil, pois ela ja nos mandou dinheiro de mais.E nos na ansiedade..minha irma quase desistindo, eu sem nenhuma vontade de voltar, nem pensar em desitir, mal haviamos chegado aqui.

Foram tres dias indo e vindo ate achar o escritorio da estacao de esqui(sexta e sabado proocurando) A gente riu, ficou com medo de atolar na neve e parou pra tirar fotos nas montanhas; fomos parar em cidadezinhas vizinhas que talvez nunca fossemos se nao fosse o desespero por um emprego e o fato de nos perder, claro. Na segunda finalmente achamos o escritorio, marcamos entrevista e no quarto dia de procura , terca-feira, finalmente conseguimos o emprego. E nos 3 vamos ser Housekeeping, ganhando 8 dolares a hora, estou esperando a ligacao pra saber quando comecamos.

Pra garantir, minha irma e eu fomos ao Burger King, um fast food, onde ja tinhamos entrevista marcada. A Thais mudou de casa, entao ficamos sem motorista(vamos ficar morando na casa dos irmaos mesmo), e resolvemos ir de onibus. Chegamos no ponto, onibus nao vinha, doia ficar paradas, fomos andando pra esquentar..o percurso era curto, uns 20 minutos, mas quase morremos. Nunca passei tanto frio, meu rosto ficou amortecido, meus dedos quase paralisados. Achei que chegariamos la atrasadas, ja estava desacreditada. Mas conseguimos chegar 10 minutos antes, o gerente nos adorou, minha experiencia como caixa na Florida serviu muito e eu falo ingles mais que os mexicanos que trabalham la. Acabei conseguindo um segundo emprego pra noite. Vou tirar o atraso de um mes de quase ferias na Florida.

Hoje recebi uma ligacao da Abercrombie & Fitch, a mesma loja que trabalhava la na Florida, pra fazer uma entrevista amanha..agora talvez eu ate possa escolher o emprego..se pudesse pegava os 3..ja to entrando no ritmo esganado de americano..nao eh bem isso eh que um mes de quase desemprego na Florida me calejou..mas enfim,acho q nao vai rolar de eu voltar pro Brasil tao cedo..minha mae acho q tah com tanta saudade que tava torcendo que nao desse certo pra gente voltar logo..mas ta tudo se ajeitando e acho que Brasil so em marco mesmo.

Tenho muito mais a contar..mas esses meus posts sao muito grandes, meus professores que escrevem em jornalismo de internet me matariam..mas minhas amiguinhas gostam. Tenho muitas impressoes pra escrever sobre o lugar, prefiro conta-las que descrever os fatos, mas precisava contar pro povo, jah que ta todo mundo perguntando..Prioridades para a pauta..deixei de colocar muita coisa legal da Florida, o tempo eh escasso e nao tenho pc em casa, la na Florida ainda tinha biblioteca perto de casa, aqui nao tem e tem a neve. Quando eu comecar a trabalhar vai ficar mais dificil ainda..mas vou ver se faco aqueles textos de, no maximo, 3 paragrafos e 20 linhas e frases curtas..bla bla bla


Ando com saudades do jornalismo pq hj citei um monte de expressoes da area..mas agora minhas profissoes nao tem nda de cenicas e jornalismo, eh arrumadeira de hotel e caixa de fast food mesmo.

Eu demoro mais volto people!!!

See you latter..

domingo, 6 de janeiro de 2008

Enfim um JOB..

Cheguei crente que iria no trabalhar no Cafe del Mar, conforme a job offer que assinei ainda no Brasil, feita por intermedio da STB.Eu deveria comecar no dia 8 de dezembro. Nos primeiros dias estava esperando ser chamada, mas depois ficou claro que nao trabalharia la.Eu nao me importava em ser remanejada, ate porque os restaurantes ali da praia sao dos mesmos donos, mas isso tambem nao aconteceu. Tentaram me remanejar para um restaurante mais elegante que os da praia.. Eu fui indicada para me apresentar no Cafe Europa, mas quando cheguei a la a gerente disse que ja havia contratado uma hostess e nao precisava de ninguem. Depois ela me ligou mandou eu me apresentar na noite seguinte para um treinamento..cheguei lah tinha a menina de outra agencia e ficamos nos duas treinando, pra no fim nenhuma das duas serem contratadas.

Eu ja estava e passei a me empenhar mais ainda para encontrar um trabalho por conta propria( q nao era o que eu deveria fazer de acordo com meu contrato)..um dos meus colegas de casa, o Diogo, que se autodenomina meu empresario, me indicou para ir aos dois empregos dele, um restaurante e uma loja..Essa semana foi muito engracada, eu andava de bicicleta pra cima e pra baixo e trocava detalhes do figurino de acordo com o ambiente em que eu me candidatava pra trabalhar..sapato preto por havaianas, blusa social por camiseta..tudo dentro da bolsinha que eu arrastava na roda bicicleta..

Por fim comecei a trabalhar na Abercrombie & Fitch, uma loja de roupas de uma marca bem conhecida aqui nos EUA, no shopping Galeria Mall (redundanciaaa). O ambiente eh descontraido, toca musica de balada o tempo todo- o que eh otimo pra mim, pois tenho uma desculpa quando nao consigo entender o ingles e tambem pratico o ingles com ruidos. No figurino dos funcionarios o calcado de lei eh sandalia de dedo e a gente tem que se vestir no estilo da loja, bem despojado, mas nao pode usar preto e tem que ser as cores da estacao..essa esta sendo azul marinho e branco..Esses dias eu tava morrendo de frio, pq nao tinha um casaco da season..fiquei ateh com dores nas costas do frio e de ficar em peh.Achei que era mais facil trabalhar nesse tipo de coisa..nossa, agora vou ser bem mais paciente e compreensiva com as vendedoras.
Mas eh divertido..eu faco de tudo, dobro roupas..e como dobro!castigo, pq sempre odiei fazer isso..atendo os clientes..em ingles, espanhol, portugues ou linguagens de sinais ( esses dias tudo que falei pra um frances foi `petit`, achei a mercadoria que ele queria, ele me respondeu `yeas` e saiu super satisfeito.

Logo no primeiro dia fiquei no caixa..nunca fui caixa nem no Brasil..e fui ser logo em ingles e dolar! Ainda bem que a grande maioria das pessoas aqui compra com cartao..o que facilita bastante. No segundo dia de trabalho eu e meus dois colegas de casa, o Diogo e o Joao, fizemos um overnight, viramos a noite arrumando a loja..ateh ganhar 100 dolares..era bizarro..cada hora que passava a gente..mais 6 dolares! Chegamos em casa tontos e a galera ainda achou q a gente tava festando..

Guettos

O interessante na loja eh a gente de todo mundo que passa por lah..alem dos 11 brasileiros (3 soh la de casa) que comecaram e alguns ja sairam da loja..ha muitos negros trabalhando lah, dois meu mannenger sao negros. mas a maioria deles trabalha no back, la atras onde guardam o estoque. Descobri que muitos deles nao sao americanos, meu gerente eh haitiano e conversei com mais dois funcionarios, um da Jamaica e o outro das Bahamas. Todos preferem seus paises, alguns odeiam os EUA, mas estao ou pela familia, ou pelo dinheiro ou pelos dois.

Na Abercombrie todos os vendores, caixas, enfim..todos que t^em relacao com publico sao chamados de modelos e nessa funcao ha americanos (loiros) e brasileiros (que praticamente nao sao latinos, nao falam espanhol e sao a elite de seu pais que estao aqui por que querem, mas nao precisam, se quiserem voltam pra casa no colinho dos papais..aiii a brasileirada sempre arranja um jeito pra se achar)Tem alguns negros modelos, mas em proporcoes pequenas pra quantidade de funcionarios da loja.

Na loja que passei a conviver mais com os americanos loiros e com doletas pra gastar..pq nos outros lugares (fast food, onibus e a pe na rua) tem muito latino e negro (eles merecem uma pauta soh deles..tem cada figura bizarra..e eles de fato vivemm em um mundo a parte)

Entao acabo convivendo com os latinos empregados como eu e atendendo europeus..logo no primeiro dia encontrei umas francesas super simpaticas, uma japonesa medrosa..e ja vi polones, marroquino, alemao, arabe..os que puxam conversa adoram saber q sou do Brasil e geralmente concluem a conversa dizendo que o Brasil tem mulheres bonitas..quando posso concluo dizendo que o Brasil tem muitas outras coisas boas tambem.

Enfim..esta sendo uma experiencia super legal na loja..cansativa e enfadonha as vezes, tem horas q soh penso no Brasil, mas acho q soh vou ver qto tah valendo qdo voltar. E o pagamento ainda nao tah valendo mto a pena..acho q logo eh hora de patir..mas isso eh para o proximo post..


NOTICIA DE ULTIMA HORA

Acabo de voltar la da frente da biblioteca, minha bicicleta foi quase roubada, umas meninnhas viram alguem cortando o cadeado e avisaram a guardinha, ai eles anunciaram em um microfone aqui, nem me liguei, meu amigo q entende super bem ingles que avisou e a gente foi lah ver..aiii que pobreeeeeeeeeza ..uma bicicleta quase roubada..pelo menos nao vou voltar pra casa a pe!


segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Quem tem boca vai à Igreja

Acordei decidida a ir à Igreja como faço todos os domingos..no Brasil. Eu tinha o endereço e achei que não seria dificil encontrar. 15th avenida SW. Sai perguntando aos vizinhos e fui descobrindo onde era a décima quinta avenida..Mas qdo cheguei ao numero 1110 que era o que eu tinha, nao era a Igreja, era um predio de uma institucao crista de ajuda humanitaria ou algo assim.. Foi entao que olhei pra placa da rua e me dei conta que eu estava na 15th SE. Achei que a indicacao SW e SE se tratasse apenas da indicacao da regiao da cidade..mas eram dua avenidas diferentes.

Como um vizinho me falou que havia uma Igreja Mormon passando o tunel eu resolvi tentar ir ateh lah..me falaram que o tunel nao estava muito longe.

Eu nunca havia passado a pe por um tunel, pode ser tolice minha, mas sempre achei isso meio morbido. Mas fui. Um barulho forte e muito escuro, pra ajudar vinha um cara na minha direcao que era do tamanho da calcada..eu tremi, parecia filme (tudo pra mim parece aqui). Ele passou com a cara fechada, mas tranquilo..Quando estava no final do tunel pensei: `ainda bem que estou de oculos escuros, isso me faz sentir mais protegida` foi entao que tive a feliz ideia de levantar os oculos e me dei conta que o tunel nao era tao escuro assim..coisas de Joana.

Sai do tunel e nada de Igreja. Entrei em uma loja de conveniencias e a atendente que era latina tentou me ajuda, olhamos o mapa, ela me empretou o telefone, nao funcionou, procuramos outro numero na lista..nao funcionou. Um carinha que estava nos ajudando a nos localizar no mapa me ofereceu carona, mas fiquei em duvida..A moca me disse em espanhol que ele era boa gente..continuei em duvida, ele se ofendeu e nao ofereceu mais.

Sai dali com alguma nocao de onde tinha que ir..mas jah choramingando..Eu sabia que podia achar, mas jah tinha andado mais de uma hora e estava me dando conta do tamanho da cidade..sei la me deu saudades de casa, da mae, de como eh facil ir as lugares no Brasil. Aqui nem cogito pegar um onibus, porque eh um na vida outro na morte e eu nem sabia pra onde extamente tinha que ir..Peguei uma rua instintivamente, andei alguns metros e resolvi dar meia volta..nessa meia volta dei uma topada, mas nem liguei, sou desastrada mesmo..Alguns passos, olhei pro meu p'e e ele estava banhado de sangue..entrei em desespero, mas, mais uma vez, como em filme olhei para o lado e vi uma farmacia.

Bati no vidrinho do drive thru e disse: `Help! I cut my foot!`As atendentes me disseram que eu tinha q ue lavar o pé e me deram um band aid, nem cobraram. Entrei em um mercado, lavei o pé, fiz um curativo e sai de lah decidida a encontrar a Igreja.

Andei mais alguns minutos sem rumo e entrei em um Dany`s, um fast food, onde havia varias pessoas tomando aqueles breakfest com ovos, presuntos gordurosos e paes gigantes. Um homem comecou a me explicar onde era, como eu nao estava entendendo mto bem ele foi ateh o carro pegar um mapa, largou sua comida ali, pediu que as atendentes que pareciam conhece-lo cuidassem da comida. Ele me mostrou o mapa, como nao entendi muito, ele se ofereceu pra me levar..Eu pensei: To longe de casa,com o pé cortado e as atendentes me viram com ele..qqer coisa, pelo menos vai ter testemunhas.. Fui..ele me levou à Igreja, eu soh acreditei quando vi a placa com o nome, por que aqui as Igrejas de diferentes religioes tem os predios muito parecidos. Quando chegamos ateh chorei de tao nervosa que tava. Ele me perguntou se podiamos ser amigos e me deu um cartao para eu ligar pra ele ainda naquela noite..nem sei onde enfiei o cartao dele, nem quero saber , o fato 'é que chegeui la' agradeci e entrei na igreja com um casal de Utah que tambem estava ali de visitantes.

Respirei aliviada e me senti em casa..encontrei brasileiros, consegui entender bastante do ingles durante as reunioes. E pra completar no final teve um almoco, que parace que na ala que eu fui eles fazem uma vez por mes. Lembrei dos meus colegas de casa, que assim como estavam na dieta de Burger King de um dolar e miojo..tirei a barriga da miseria e agradeci a Deus.

Em menos de uma semana jah peguei carona com estranho..e nesse dia falei mais ingles do que em qqer outro..nada como se perder sozinha e abrir a boca..Quem tem boca chega na America` e vai `a Igreja onde quiser..e eu ainda dizia: I`m so sorry, I don`t speak English very well` e eles diziam: `Oh no!Your English is very good!`

sábado, 8 de dezembro de 2007

Um dia de 27 horas

Duas horas para chek-in em Guarulhos, era o ultimo dia da baixa temporada para os pobres imgrantes de work.
Voo da American Airlines parecia filme dos anos 80, as comissarias eram mais velhas do que se costuma ver no Brasil, tinham penteados americanos e so uma falava portugues..Legal era ver na televisaosinha um mapa que indicava por onde estavamos passando..ma slogo capotei e quando acordei vi um mar la embaixo, ja tava em Porto Rico! Nunca imaginei..passar por la..E legal quando a gente voa imaginar um monte de lugares, realidades e vidas pelos quais estamos passando..soh passando..

Imaginei que quando chegasse em Miami ia ficar tonta ao ouvir ingles por todo lado, mas o que primeiro ouvi no alto-falante foi espanhol..Os guaradas falavam ingles pra todos que estavam na minha frente e atras de mim na fila, mas pra mim antes mesmo de olhar meus documentos, ja iam largando `portunhol` eitaaaa carinmha de latina..

Aquela tremedera pra passar na Imigracao, uma americana com cara de policial americana e tudo era a cara dos filmes..um policial tomando cafe com rosquinhas, e uns manos rappers mais caracteristicos impossivel, cheios de corrente e batendo forte o telefone..bem do jeito q vemos..mas mais os latinos e negros, funcionarios do aeroporto..Ficamos lah cerca de uma hora esperando o grupo todo chegar, pq nem todo vieram no mesmo voo.
Quando saimos tomamos o ar de miami foi engracado, o povo da van tava bem empolgado..eu me sentia um pouco estranha. A motorista da Van era um ser bizarro..gooooooorda, com unhas vermelhas gigantescas, q chegavam a curvar e os dentes dourados, todos de ouro!
Jah vi varias figuras bizarraz por aqui, mas essa com certeza foi marcante..

Fort Lauderdale. Linda como nas fotos..um dia de sol, mas tava um vento e tinhamos que arranjar casa..entao nada de muitas fotos nem muitos suspiros.

Um carinha da agencia ja tinha visto umas casas, teriamos que pagar 2 meses de aluguel e a minha irma e eu nao tinhamos diheiro pra pagra tudo juntas.. Alem disso o grupo de 27 pessoas teria que se dividir em 3 casas, 2 menores e uma maior..E aqui tem limite do numero de pessoas que pode morar nas casas, 4 nas pequenas e 6 na grande..eh claro que estamos em mais gente..Foi um rolo..a gente sentou em parque, e ficou um tempao discutindo quem ia morar com quem, quem ia pagar mais ou menos..todo mundo cansado da viagem, cheguei a sair coma Laura e mais duas garotas pra ver se achavamos casa por conta propria..mas nao tava facil..A gente la discutindo com o povo e nem teriamos como pagar os alugueis adiantados das duas..por mais barato que fosse..O jeito era ligar pra mae e como eh dificil arranjar um telefone publico auqi..qdo consegui um celular pra ligar a cobrar, a mae atendeu e eu ja abri o berreiro..eu tava cansada e com a minha mae eu nao me seguro, jah eh assim de Floripa, imagine daqui..

Tentei me controlar, mas ela ficou preocupada, fui desesperada como sempre..mas esse dia parecia nao acabar e era melhor assim, pq ainda nao tinhamos casa..

No fim o povo se acertou, e todo mundo se ajudou juntou qto faltava pra pagar os 12 mil dolares adiantados das 3 casas.Jah chegamos aqui com uma divida de 400 dolares..mas pelo menos tinhamos casa.

Lar doce lar! Nossa casa eh uma area tipo Jurere Internacional..mesmo para o padrao amaricano eh chic..um lago atras, ou canal..enfim..o fato eh que passam lanchas e iates pelo nosso quintal (um dia escreverei especialmente sobre a casa, ela merece) Nossa casinha branca com bandeira dos Estados Unidos na frente..eu, particularmente dispenso a bandeira, am so povo da casa fez questao.

Mas a casa estava suja e sem e nao tinhamos moveis. Depois de ter andado um monte e almocado fast food eu estava podre, deitei em cima da mala mesmo e dormi, desmaiei..O pessoal da casa foi tomar banho nas casinhas menores, que ficam a uns 15 minutos da nossa..Qdo acordei em um colchao de ar( que o empregador nos deu e a minha irma encheu e me colocou pra dormir la) Todo mundo jah tinha ido tomar banho e eu sobrei..me falaram que me chamaram e eu disse que nao queria tomar banho..Imagine, meu ultimo banho tinha sido no Brasil..ha nao sie qtas horas, tava dificil calcular com sono..mas eu tava podre.
Levantei e fui andando sozinha, nem sabia q horas eram..Lah estava eu ..primeiro dia na terra do Tio Sam e andando como nunca andei na vida par tomar um banho..Se aparecesse gente na rua eu me assustaria..e apareceu um vizinho o cachorro..quase morri do coracao..literalmente medo da propria sombra
Banho voando, clima de acampamento daqueles la do interior de Santa Catarina mesmo..eeeeh Bem Vindo a America! Welcome, Bienvenidos!!!

E pra ajudar o horario aqui eh 3 horas a menos..o dia teve no minimo 27 horas.Nao sei bem ainda to meio perdida no tempo.

A cidade? Os iates? O mar? Tudo lindo, mas assim como falta tempo pra contar auqi no pc da biblioteca publica, tem faltado tempo pra prestar atencao em tudo isso..
tenho alguns meses pela frente, ma sna segunda comeco a trabalhar.

As saudades sao imensas..nunca adorei tanto falar portugues(mas relaxem, pq to praticando bastante ingles tb tah!), a gente chama a atencao de um jeito engracado, eu gosto de ser estrengeira..pelo menos por enquanto..
Pra traquilizar a mae: a casa jah tem agua, jah compramos cobertores e travesseiros! Nao aguento mais fast food de um dolar, mas hoje vamos comer congeldos, refeicao pronta..tambem de um dolar!

Se alguem teve paciencia pra ler ateh aqui..deu pra ver como eh divertido sofrer longe de casa..Mas espero nao ter mas nenhum um dia de 27 horas..Hoje eh o quarto dia e as coisas estao mais estaveis.

O dia 5 de dezembro de 2007, or 12/5/2007, de 27 horas foi o que mais amei o Brasil na minha vida.




Pro fim nao acabar tao dramatico, nao pensem q to morrendo aqui, hoje a tarde vou pegra um bronze na praia =]

domingo, 2 de dezembro de 2007

Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo. Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

(Drummond)